terça-feira, 13 de abril de 2010


Eu sou Constança Manuel.
Sou uma nobre castelhana, filha de Constança de Aragão e do infante João Manuel de Castela. Nasci no ano de 1318.
Com cerca de 7 anos fiquei comprometida com o pupilo de meu pai, o castelhano D. Afonso XI, mesmo tendo já falhado outro compromisso anterior. Mas a nossa união não foi consumada, pois D. Afonso XI rejeitou-me para casar com Maria de Portugal. Então fui repudiada e presa no Castelo do Toro.
Mas rapidamente foi tratado um outro compromisso. Este era agora com a corte portuguesa. Iria casar com D. Pedro, futuro rei de Portugal. Iria ser rainha, tinha eu pensado na altura.
A boda foi consumada em Lisboa, a 24 de Agosto de 1339. Mas foi também nesse dia que começou a minha ruína.
Como era costume na época vim acompanhada de damas de companhia. Entre elas vinha Inês Pires de Castro, aquela que iria amargurar a minha vida para sempre.
Eu sabia que ele não sentia amor por mim. O casamento havia sido arranjado.Talvez eu também não senti-se amor por ele. Mas era assim que tinha de ser. Era assim que era... iríamos estar juntos até à morte, iríamos acabar por gostar um do outro, tinha pensado na altura.
Mas começaram a circular boatos. Eu também não era cega, nem muito menos burra. Tinha notado na primeira vez que eles se viram. Ele tinha olhado mais para a minha aia do que para mim, a futura mulher. Ela também não havia ficado indiferente. Mas não podiam. Não! Eu é que era a mulher dele!
Fui ignorando o caso e tentando-o solucionar, ou pelo menos atenua-lo a todo o custo.
No segundo ano do nosso casamento já tivemos um filho. Foi com ele que me surgiu uma boa ideia para este caso: convidar Inês para madrinha do menino! Como madrinha ela era como parente de Pedro, e sendo assim impossível uma relação amorosa entre eles.
Infelizmente o meu plano não veio a resultar. O meu filho morreu pouco do seu baptismo.
Ainda tivemos mais dois filhos: Maria e Fernando. Mas, do nosso segundo filho, Fernando, o futuro rei de Portugal, houveram complicações. Morri pouco depois de o trazer ao mundo.
Teriam sido apenas as complicações no parto que ditaram a minha morte? Ou terá havido também uma face psicológica? O facto de estar deprimida e desgostada com tudo aquilo teria influenciado a gravidez e por consequência levado à minha morte?
O facto é que morri no dia 13 de Novembro de 1345, deixando Pedro livre para Inês...

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